Tudo começou quando nós nos mudamos para uma outra cidade para
ficarmos mais próximos da família da minha mãe.
Nós nos mudamos para uma casa que não tinha muito cara de ser velha, talvez uns
30, 40 anos.
As coisas de estranho que aconteciam podem parecer besteira, mas realmente
chamou a nossa atenção, e nós ainda conversamos sobre o que acontecia com a
gente.
Todos na minha família sentiam alguma coisa estranha, menos a minha irmã gêmea e
a minha mãe. O meu pai, por exemplo, acordava no meio da noite, suando frio, e
ele falava que podia sentir um peso no abdome e mãos na garganta dele, apertando
de leve, mas fazendo como se quisessem sufocá-lo. Só quando ele gritava para
essa "coisa" ir embora, é que as forças dessa "coisa" parecia diminuir e depois
de um tempo ele não sentia nada.
A minha irmã mais velha ouvia passos no chão de madeira da sala, no meio da
noite quando estavam todos dormindo. Pareciam ser botas de couro. Os passos eram
lentos e pesados.
O que acontecia comigo pode parecer completamente louco, mas o estranho é que
depois que a gente se mudou de lá, nunca mais aconteceu de novo.
O que acontecia comigo era quando eu estava no quintal e eu ouvia vozes,
risadas, gritos, choro... tudo de uma vez só, como se viesse de todos os
lados. Eu entrava em um estado de transe e andava em círculos ouvindo aquilo
tudo. Eu nunca consegui entender o que falavam, mas o som daquelas vozes era
medonho. Mas como eu disse, eu nunca mais ouvi nada como aquilo depois que nos
mudamos.
E a nossa empregada falou que as vezes via uma mulher vestida toda de branco,
com um vestido bem antigo, na cozinha. Sempre que ela via essa mulher, ela só
ficava encarando a empregada e as vezes sorria para ela.
Eu não sei o que tudo isso significa, mas eu estou feliz de ter saído de lá.
Ingrid - PR